Aos 57 anos, Vinny, do hit 'Mexe a Cadeira', concilia música com psicanálise
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Publicado em 31/03/2023

 

Quem viveu o fim dos anos 1990 e o começo dos anos 2000, certamente ouviu muito a voz de Vinny na rádio. Em um período em que a internet ainda engatinhava, Heloisa Mexe a Cadeira se tornou um fenômeno e tocava em todas as festas da época.

 

O ex-cantor contou que até hoje ouve seu grande hit por onde vai: "Tem uma galera que de repente nem era fã, nem curtia, mas hoje me considera parte daquela história. É bom, é tipo um carinho com aquele vô (risos) que fez um monte de merda no passado mas ele deva de boa'.

 

Ele garantiu ainda que não se assustou quando o auge do hit passou: "Essa onda gigantesca durou três anos, foi um fenômeno, fui pro Japão fazer uma turnê dois meses" (...) Eu já tinha 30 anos, já estava na lida desde os 20. Uma coisa que nunca saiu do meu radar foi: 'Isso é uma onda, você pode surfar, mas é uma onda (...) Me preparei pra essa subida por dez anos, mas pra queda me preparei a vida inteira. Desconfiava de alguma forma que era uma onda", conta. "A queda é inerente ao declínio. Falar em decadência, derrota, declínio, é quase um pecado, mas 'velho', se a gente entender como funciona e usar isso a nosso favor pode ser um impulso a outra"

 

AUGE

 

Hoje, aos 56 anos, Vinny Bonotto decidiu seguir por outras áreas fora da música, mas lembra com carinho do auge. "Essa é a parte mais assim eu considero a parte mais especial de ter feito tanto sucesso no momento da música assim, um momento importante eu acho. Quando você pensa que era um momento que não tinha internet, mais difícil. Naquele momento você fazer uma música a difusão dela era limitada: às vezes é um bairro, depois é uma cidade, escalando e foi um fenômeno. Eu fui fazer turnê no Japão duas vezes. A proporção era muito grande. Hoje eu não sei como seria, talvez fosse até maior, né, por conta da internet, a difusão na forma de chegar nas pessoas. Mas foi muito especial", conta.

 

DIMINUIÇÃO DO SUCESSO

 

Vinny, porém, relembra quando percebeu que o sucesso já não era o mesmo e como chegou a um processo de autoconhecimento para lidar com isso da forma mais racional e tranquila possível.

 

"Eu percebi que os shows, depois de muito tempo, começaram a escassear, a música já não tocava mais assim rádio, eu já não estava mais tão presente nos programas de televisão. É uma percepção também que você precisa ter: está acontecendo agora o movimento inverso, do que aquela coisa gigantesca que me levou para cima. E o que eu vou fazer com isso? Vou espernear com a onda, que é muito maior do que eu, vou brigar com essa parada aqui? Ou eu vou tomar impulso, vou nadar essa parada e vou sair disso? Eu vou tomar impulso para a próxima! E foi o que eu fiz: eu comecei a estudar, que era uma coisa que eu deixei de fazer lá quando larguei a faculdade", relembra.

 

ESTUDOS E VIDA ACADÊMICA

 

"Vou voltar a estudar, porque agora eu tenho dinheiro, tempo, vontade, tesão. Aí fiz Filosofia e me apaixonei. Fui para Argentina e fiz mestrado em ciências sociais e me apaixonei pela vida acadêmica. Vim para cá de volta para o Brasil, fiz Psicanálise e me tornei psicanalista. Atendi durante muito tempo durante a pandemia, 12 pessoas por dia online. E aí eu comecei também a escrever sobre terapia online", completa.

 

 

 

 

FONTE: Quem 

Foto: Reprodução/Internet

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